As ruas de Moema testemunham um crescimento que vem desde os anos 1960 ao redor da avenida Ibirapuera.
Por ali existia o Caminho do Ibirapuera, usado por boiadeiros e pelo qual hoje todo dia milhares de pessoas passam e chamam de avenida Santo Amaro. Também chegaram a existir tribos indígenas na região. Havia também o Sítio da Traição e aquele lugar era muito longe de uma São Paulo ainda bem restrita a seu centro.
Interesses econômicos maiores começaram a partir de 1886, quando surgiu uma ferrovia de bitola estreita, que depois passou a ser o leito do bonde, consistindo de uma longa reta que terminava no Largo do Socorro, no extremo sul paulistano. A mudança começaria em 1912, com a compra do Sítio da Traição por Fernando Arens Júnior, que trocou a área por alguns lotes que possuía no litoral sul do estado. O loteamento começaria em 1915 e a primeira avenida seria chamada Araci, hoje conhecida por Ibirapuera e correndo ao lado dos trilhos.
Nas redondezas, outros marcos da paisagem foram surgindo: o Monumento às Bandeiras, em 1923, enquanto o embrião do Parque do Ibirapuera surgia em 1927, com o plantio de espécies exóticas por parte do funcionário público Manuel Lopes de Oliveira, o Manequinho Lopes, que daria nome ao viveiro. A Igreja Nossa Senhora Aparecida, com o Largo de Moema, surgiria em 1933 por iniciativa de Raul Loureiro e sua esposa, Antonieta.
Moema começou sua vida como bairro operário e residências sendo entorno de fábricas. O grosso da mancha urbana paulistana começaria a chegar em 1936, com a inauguração do Aeroporto de Congonhas, e em 1940, com o surgimento do Corredor Norte-Sul, composto por avenidas como 23 de Maio e Rubem Berta, parte do plano urbanístico de Prestes Maia. Mesmo com a inauguração do Parque do Ibirapuera, em 1954, a região ainda era considerada periférica e muitos para lá foram atraídos pelo preço e o tamanho dos terrenos.
Dali em diante, a mudança do perfil foi surgindo, com a inauguração do Shopping Ibirapuera, em 1976. Nos anos 1980 tornou-se parte importante da vida noturna paulistana, com a casa de shows Palace marcando a história da cidade com seus muitos shows de diversos artistas famosos. Também foi marco no circuito da música eletrônica, no começo deste século.
Curiosamente, o bairro só foi reconhecido em 1987, com o prefeito Jânio Quadros assinando decreto que reconhecia como Moema o perímetro delimitado pela rua Afonso Braz e as avenidas Santo Amaro, República do Líbano, Indianópolis, Rubem Berta, Moreira Guimarães e Bandeirantes. Em 1991, Luiza Erundina firmou os limites dessa vizinhança.
Até então, para fins oficiais, considerava-se a área inteira do que se conhece por Indianópolis e isso pode ser visto pelas ruas com nomes indígenas do outro lado da Rubem Berta. O nome Moema significa “aquela que está adoçando” em tupi-guarani e alude a um dos personagens femininos do poema “Caramuru”, de Santa Rita Durão.
Após o fim do bonde, cuja última viagem foi em 1968, o bairro acabou dependendo de ônibus para sua mobilidade, o que gerou certo isolamento em relação a certas partes do município. Isso foi minorado em 2000 com a inauguração do Complexo Viário João Jorge Saad, vulgo “Cebolinha”, que melhorou a ligação com a rua Sena Madureira, no bairro vizinho de Vila Mariana. Também a criação do Bilhete Único, em 2004, facilitou os deslocamentos dos moradores. O bairro voltaria a ter trilhos após 50 anos, mas agora subterrâneos, com a inauguração em 2018 das estações Eucaliptos e Moema, parte da Linha 5 – Lilás do Metrô, fazendo-o ficar totalmente integrado ao resto da cidade e tornando uma ida à avenida Paulista ou a Praça da Sé algo feito em questão de minutos.
Anos antes desse pulo de infraestrutura, o bairro já era bastante valorizado, com diversos imóveis de alto padrão tendo surgido tanto do lado Pássaros como do lado Índios. Para achá-los, conte com a Bamberg, que vai lhe orientar na busca pelo melhor para suas necessidades.