Aos finais de semana e feriados, nada melhor do que sair pelo bairro para fazer uma caminhada ou corrida, fazer uma refeição em um restaurante que abriu recentemente ou já faz parte da história da região e, inclusive, participar da vida cultural do bairro.
A cidade de São Paulo é conhecida como o centro cultural da América Latina pela sua variedade de opções culturais. De acordo com a Prefeitura, são 88 museus, 257 salas de cinema, nove cineclubes e salas especiais, 75 bibliotecas, 39 centros culturais e 120 teatros.
Um dos teatros mais históricos da capital paulista, inclusive, está localizado na Av. Adolfo Pinheiro, na região do Alto da Boa Vista/Santo Amaro.
O Teatro Paulo Eiró é o segundo maior da cidade e se tornou um ícone do Alto da Boa Vista, mostrando toda a força cultural da região com programação de teatro, música e dança.
Continue a leitura para conhecer um pouco mais sobre esse espaço cultural da Zona Sul.
Qual é a história do Teatro Paulo Eiró?
O projeto do Teatro Paulo Eiró foi feito pelo arquiteto Roberto Tibau, em 1952 – sua inauguração aconteceu em 23 de março de 1957.
O espaço cultural faz parte do projeto Convênio Escolar, um programa do Governo do Estado e Prefeitura que visava construir equipamentos públicos nos anos 1940 a 1950.
Em 1968, a fachada do teatro ganhou um painel de autoria do escultor Júlio Guerra – um artista nascido e criado no bairro de Santo Amaro (vizinho do Alto da Boa Vista) e que se tornou símbolo da região. A obra instalada em 1968 foi intitulada como “Homenagem às Artes”, e conta com 18 metros de largura e 5 metros de altura.
Considerado um marco da Arquitetura moderna paulista, o Teatro Paulo Eiró foi tombado em 1992 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP) – em razão do seu valor histórico, arquitetônico e cultural.
Quando inaugurado, o Teatro Paulo Eiró tinha 801 lugares. Entre 2011 e 2015, o teatro passou por um período de obras de requalificação, ampliação e modernização das instalações, e a capacidade atual é de 467 lugares – sendo 20 lugares reservados e adaptados para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
Quem foi Paulo Eiró?
Nascido em 1836, Paulo Eiró foi um poeta, historiador, escritor, folclorista e teatrólogo. Durante sua experiência no teatro, também se revelou autor, diretor, crítico, empresário e construtor de teatros.
Grande parte da sua trajetória artística aconteceu na Vila de Santo Amaro, quando o atual bairro ainda era cidade.
No século XX, Paulo Eiró foi reconhecido pela crítica como “um claro e harmonioso pedaço de prosa” e suas poesias como “uma página da antologia social”.
Orquestra Filarmônica de Santo Amaro – OFISA
A programação musical do Teatro Paulo Eiró é liderada pela Orquestra Filarmônica de Santo Amaro – a OFISA.
A OFISA foi fundada pela maestrina Silvia Luisada em 2004, como um projeto sociocultural. Ao longo dos anos, a orquestra se desenvolveu técnica e artisticamente e passou a realizar diversos concertos, com uma trilha sonora que contempla diferentes estilos musicais.
Desde 2017, o Teatro Paulo Eiró é a residência artística da Orquestra Filarmônica de Santo Amaro. Desde 2022, os músicos têm parceria com a Secretaria Municipal de Cultura para manter programação regular no teatro.
Em 2023, a OFISA recebeu o prêmio Botina Amarela, sendo reconhecida como Patrimônio Cultural de Santo Amaro e São Paulo.
Importância da cultura regional/bairrista
Num mundo cada vez mais acelerado e globalizado, valorizar o que é do bairro — o que tem história e memória local — tornou-se uma forma poderosa de pertencimento e identidade. A cultura regional, muitas vezes chamada de bairrista, conecta as pessoas ao que elas realmente são: parte de uma comunidade viva e autêntica.
O Teatro Paulo Eiró é um reflexo disso!
E para quem busca viver no Alto da Boa Vista, esse vínculo com a cultura local é um diferencial que vai além da estética ou do conforto de um imóvel de alto padrão. É sobre qualidade de vida com significado — é morar em um lugar onde a arte, a história e a vizinhança fazem parte do seu dia a dia.
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Foto: Guilherme Barreto Ramos